Vereador preso em Manaus já havia sido vítima de roubo milionário

O vereador de Manaus Rosinaldo Bual (Agir), preso nesta sexta-feira (3) durante a Operação Face Oculta do Ministério Público do Amazonas (MP-AM), já havia sido alvo de um assalto em abril deste ano. Na ocasião, a própria casa do parlamentar foi invadida por quatro homens — entre eles, um afilhado — que levaram um cofre com R$ 130 mil em dinheiro e quatro armas de fogo.

Segundo a Delegacia Especializada em Roubos, Furtos e Defraudações (DERFD), os suspeitos foram identificados e presos logo após o crime. Eles confessaram participação no roubo, mas atualmente respondem ao processo em liberdade. O valor em dinheiro foi recuperado e devolvido ao vereador. As armas, no entanto, não foram encontradas.

A prisão de Bual ocorreu no contexto da Operação Face Oculta, deflagrada pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), que investiga um esquema de "rachadinha" na Câmara Municipal de Manaus.

Além do vereador, a chefe de gabinete dele, Luzia Barbosa, também foi presa preventivamente. A ação cumpriu mais de 17 mandados de busca e apreensão e dois de prisão.

Durante as diligências, foram localizados três cofres: um na residência do parlamentar, outro na casa da mãe dele e o terceiro em um sítio da família. Como Bual se recusou a fornecer as senhas, os cofres foram levados para perícia. Em um deles, peritos encontraram dois cheques que somam mais de R$ 600 mil.

A Câmara Municipal de Manaus confirmou que o gabinete do vereador foi alvo da operação e afirmou, em nota, que "reitera seu compromisso com a transparência, a legalidade e a colaboração com os órgãos de controle e fiscalização".

De acordo com informações publicadas no site da Câmara Municipal de Manaus, Bual iniciou sua carreira em 1994, na fábrica de relógios Dumont. Dois anos depois, ingressou no Exército Brasileiro, onde permaneceu até 2004 e chegou ao posto de sargento.

Após deixar as Forças Armadas, passou a atuar no setor de trânsito como instrutor e perito, além de se tornar dono de autoescolas em Manaus. Também desenvolveu trabalhos sociais em comunidades da capital, especialmente no bairro da Compensa, onde mantém forte base eleitoral.