Quadrilha da “Tropa de Cuiabá” desvia R$ 1 milhão do salário de Gabigol e é alvo da polícia

A Polícia Civil de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul deflagrou nesta sexta-feira (26) a Operação Euterpe, visando integrantes da quadrilha “Tropa de Cuiabá”, suspeita de aplicar golpes milionários em contas bancárias. Entre os crimes investigados está o desvio de R$ 1 milhão do salário dos jogadores Gabriel Barbosa, o Gabigol, e Kahneman, caso já apurado pela operação Falso 9. Na ação, foram cumpridos 11 mandados de prisão temporária e 15 de busca e apreensão em Cuiabá e Várzea Grande.
Segundo o delegado do Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos (GARRAS), da PCMS, Pedro Henrique Cunha, a quadrilha é investigada por uma fraude eletrônica contra uma agência bancária em Campo Grande (MS), que resultou em um prejuízo de cerca de R$ 250 mil.
"Uma fraude eletrônica realizada contra uma agência de uma instituição financeira em Campo Grande que vitimou essa agência em aproximadamente 250 mil reais. Diante do profissionalismo visualizado, a equipe realizou profunda investigação, que envolveu dados telemáticos, dados financeiros, e logrou êxito em identificar uma organização criminosa voltada especificamente para a prática de fraudes eletrônicas, bem como lavagem de dinheiro."
A investigação revelou que a quadrilha se autodenomina “Tropa de Cuiabá” e atua possivelmente como um braço articulado de facções criminosas de alcance nacional, possivelmente do PCC, voltado para fraudes eletrônicas. Segundo o delegado, trata-se de uma organização criminosa de atuação interestadual, responsável por golpes em praticamente todos os estados do Brasil, incluindo casos milionários contra jogadores de futebol como Gabigol e Kahneman.
Além das fraudes, as apurações indicam que a quadrilha patrocina uma produtora musical de funk, utilizada para ostentar os crimes, exaltar lucros ilícitos, mencionar integrantes mortos e recrutar novos membros por meio das músicas, reforçando o caráter estruturado e sofisticado da organização.
Segundo o delegado Pedro Henrique, o sucesso da operação foi garantido graças ao apoio essencial da Polícia Civil de MT, com destaque para a Delegacia Especializada de Estelionato (DEE) de Várzea Grande, além de diversas outras unidades da corporação que atuaram de forma integrada.
"Todos os mandados de busca e a maior parte dos mandados de prisão foram cumpridos com êxito, encerrando a ação com resultados positivos para as investigações", concluiu o delegado.