Integrantes do BBB25 acusados de golpes

Marcelo Prata, 38 anos, que foi um dos líderes (espécie de vendedor que ganha comissão) da Unick Forex, uma pirâmide financeira que quebrou em 2019 e lesou cerca de 1,5 milhão de pessoas em R$ 12 bilhões, segundo a Polícia Federal (PF).
A emissora não menciona o caso no perfil do novo integrante, identificado apenas como servidor público. Já Prata diz que também foi vítima do esquema.
A Unick Forex, que tinha sede no município de São Leopoldo, no Rio Grande do Sul, dizia trabalhar com criptomoedas e forex. O negócio foi fundado por Leidimar Bernardo Lopes, preso em 2019. O esquema captava dinheiro dos clientes e prometia falsos retornos de até 33% ao mês em cima dos investimentos. O golpe contava com líderes espalhados por todo o Brasil, responsáveis por divulgar e atrair novas vítimas em troca de um ganho de 10% sobre os investimentos realizados pelos novatos.
Marcelo Prata era um dos líderes em Manaus (AM) junto com seu irmão, Marcos Prata, que prestava serviços jurídicos para a Unick Forex. Em vídeo no YouTube, ele aparece promovendo um evento de captação de clientes no Comando Geral do Corpo de Bombeiros do estado do Amazonas. “Olha onde a empresa Unick Forex chegou, a seriedade, a transparência, a legalidade e a fiança nos trouxeram até aqui”, fala.
Em outro momento do vídeo, Marcelo está na frente de um carro e diz que adquiriu o veículo graças à Unick Forex. “Valeu a pena ter acreditado nessa empresa. Graças a Deus estou aqui gente, comprei um Jeep. Para quem pensava que a Unick não ia dar certo, quem dizia que Unick Forex era uma pirâmide, está aqui a pirâmide financeira. Esse é resultado de uma empresa séria que tem legalidade e tem credibilidade”, falou, afirmando ainda que atraiu 15 mil pessoas para o negócio.
Em nota, a assessoria do novo integrante do BBB informa que, apesar de Marcelo ter divulgado o golpe financeiro, ele também teria sido lesado. “Informamos que Marcelo assim como milhares de pessoas foram vítimas de um golpe financeiro por ter investido de boa-fé na empresa Unik Forex, com sede no Rio Grande do Sul”.
Afirma ainda que, “a despeito de no ano de 2017 ter publicado em suas redes sociais” vídeos sobre o esquema, ele também teria “amargado prejuízos de ordem moral e financeira, induzido a erro por artistas famosos que estavam à frente da empresa e empresários de má-fé”.
A influenciadora Arleane Marques, esposa de Prata, também vai participar do reality show. De acordo com a assessoria, a participação da dupla ocorreu após “rigorosa e criteriosa investigação social” e eles não apresentaram “antecedentes criminais, processos ou sentença condenatória; do contrário não participariam do programa”.
A Globo foi contatada, mas não respondeu até a publicação desta matéria. A reportagem do InfoMoney perguntou se a equipe da produção do reality show do BBB averiguou o passado dos participantes e se a sabia da participação do novo integrante no esquema fraudulento com criptomoedas. O espaço fica aberto.
Em 2018, a Unick Forex entrou na mira da Comissão de Valores Mobiliários (CVM). No início daquele ano, o regulador disse que o negócio ofertava valores mobiliários sem a devida autorização e emitiu alerta de atuação irregular, proibindo a captação de clientes. Apesar disso, os integrantes não pararam de atuar. Um processo administrativo sancionador foi aberto então em 2019. Os responsáveis pelo esquema foram condenados no ano seguinte a pagar multas de R$ 12 milhões.
A Unick Forex só foi completamente desmantelada em outubro de 2019 no âmbito da Operação Lamanai da PF. No total, 15 pessoas (entre sócios e diretores) foram indiciadas por organização criminosa e crimes contra o sistema financeiro nacional. Os irmãos Prata não foram mencionados e não responderam por nenhum dos crimes.
Segundo o advogado Artêmio Picanço, especialista em blockchain e combate a golpes financeiros, atuar como líder de pirâmide financeira (ou seja, divulgar em troca de comissão) não era passível de punição legal naquela data por crime contra a economia popular. Isso porque não havia uma legislação específica que determinasse sanções mais severas para esquemas dessa natureza.
“Posteriormente, com a adoção do marco regulatório de criptoativos, essa situação foi alterada, permitindo que tais condutas sejam punidas de forma mais rigorosa. Ainda assim, isso não impede que essas pessoas sejam responsabilizadas com base no Código de Defesa do Consumidor, especialmente no que diz respeito à responsabilidade solidária. Esse princípio prevê que todos os atores que contribuam, direta ou indiretamente, para a cadeia de consumo podem ser responsabilizados solidariamente pelo evento danoso”.
De acordo com relatório final da PF, a Unick Forex movimentou ilegalmente R$ 28 bilhões durante seu funcionamento. Parte do dinheiro foi usado pelo responsáveis para adquirir imóveis, veículos de luxo, joias, entre outros itens de valor. Cerca de 1,5 milhão de pessoas – algumas venderam carros, casas e usaram economias guardadas por anos – perderam R$ 12 bilhões ao colocar dinheiro no golpe, segundo a investigação.
Aline Patriarca, policial militar e integrante do grupo Pipoca do Big Brother Brasil 25, está no centro de uma polêmica que ganhou força nas redes sociais antes mesmo de sua entrada no programa.
A influenciadora digital Renatinha, conhecida por seus vídeos de humor e com mais de 300 mil seguidores no Instagram, acusa Aline de envolvimento em um golpe ocorrido durante o Carnaval de Salvador, em fevereiro de 2024.
Renatinha relata que contratou os serviços de um segurança particular para acompanhá-la durante os circuitos carnavalescos na capital baiana. Para isso, transferiu R$ 600 via Pix para Aline Patriarca, que, segundo a blogueira, seria a responsável por intermediar o pagamento.
No entanto, após o evento, o profissional cobrou diretamente a influenciadora, alegando não ter recebido o valor combinado.
"Paguei a ela confiando no acordo, mas no final, o segurança veio cobrar o pagamento diretamente de mim", desabafou Renatinha em um vídeo compartilhado em suas redes. A influenciadora revelou ainda as conversas com Aline e exibiu o comprovante da transferência. "Acabou o circuito, o cara perguntou: 'Vai pagar você ou Aline?'. Respondi: 'Já paguei'. Mas acabei desembolsando o dinheiro novamente", completou.
A acusação gerou grande repercussão nas redes sociais, com muitos seguidores cobrando explicações de Aline.
Diante da situação, Aline Patriarca, que também tem uma presença significativa no Instagram com mais de 360 mil seguidores, se pronunciou na época do ocorrido. A policial negou responsabilidade pelo problema e afirmou que tentou ajudar na solução, mas que as decisões finais não estavam sob seu controle.
"Se culpar alguém que não tem responsabilidade nenhuma é a melhor alternativa para aliviar sua raiva, tudo bem", declarou Aline em um post. Ela acrescentou que forneceu todas as informações possíveis para resolver o caso, mas que a situação não dependia dela. "Tentei ajudar e acabei sendo responsabilizada por algo que não é justo", concluiu.
A controvérsia, no entanto, reacendeu após o anúncio de Aline como participante do BBB 25. Soteropolitana, formada em Direito e com 32 anos, Aline foi selecionada para o grupo Pipoca e entra no programa ao lado do amigo Vinícius, de 28 anos. A policial se descreve como uma mulher "forte, sensitiva e guerreira" e afirma estar preparada para enfrentar os desafios do reality.
Enquanto o público aguarda o início do Big Brother Brasil 25, as acusações seguem repercutindo. Aline Patriarca enfrenta o desafio de lidar com a pressão das redes sociais enquanto se prepara para encarar o confinamento e a exposição do programa.
O caso levanta discussões sobre a responsabilidade de influenciadores e figuras públicas em situações de intermediação financeira, além de como essas controvérsias podem impactar a imagem de participantes de realities em ascensão. Resta saber se o BBB 25 será uma oportunidade para Aline virar a página ou se as polêmicas seguirão influenciando sua trajetória dentro e fora da casa.