Análise revela detalhes do atentado contra Trump

Seis segundos. Essa foi a duração do ataque que matou uma pessoa, feriu outras duas e quase atingiu o objetivo principal: assassinar o ex-presidente Donald Trump. O Fantástico deste domingo (14) analisou o atentado de todos os ângulos. A reportagem destrinchou, minuto a minuto, os eventos desse dia histórico.
Para a análise, a reportagem considerou o horário local de Butler, na Pensilvânia.
Abertura do evento
No sábado (13), às 13h, as portas do centro de eventos rurais de Butler abriram para o público. Milhares de pessoas chegaram aos poucos vestindo as cores do Partido Republicano.
Em imagens aéreas que foram feitas depois do evento, é possível ver como o palco estava disposto para o discurso de Trump. Com quatro arquibancadas em torno dele e um espaço com cadeiras para o público. Um mapa elaborado pelo Fantástico mostra a geografia do evento.
A chegada de Trump
O comício estava marcado para as 17h. Às 17h35, Trump chegou a Butler.
Às 18h03 subiu ao palco. Ele usa o boné de sua campanha e terno sem gravata. Por dois minutos ele anima os apoiadores com palmas e agradecimentos.
Início do discurso
Às 18h05 Trump começa o discurso. Agradece a presença do público e começa a dizer que os Estados Unidos estão indo para o inferno nesse momento.
Ao lado dele há dois pedestais de vidro, que parecem transparentes, mas Trump vê um texto escrito ali. Trata-se um teleprompter. Ele continua o discurso, às vezes lendo e também improvisando muito.
Movimentação de Trump no palco
Às 18h10 ele vira para a direita e começa a mostrar um pôster com estatísticas sobre imigração. Ao lado direito do presidente há um prédio, onde funciona uma fábrica de plástico adjacente ao local do evento (veja imagem abaixo).
A ameaça
Uma testemunha conta que estava abrigado embaixo das árvores ao lado do prédio e que cinco minutos depois de Trump começar a falar, ouviu alguém engatinhando no telhado. O momento foi registrado em um vídeo.
O suspeito é Thomas Matthew Crooks, de 20 anos, natural da Pensilvânia. A testemunha conta que viu que ele estava armado e que começaram a gritar e mostrar para os policiais que ele estava ali.
A visão do atirador
Ele tinha apenas 130 metros de distância, o comprimento aproximado de um campo de futebol.
o prédio, logo atrás de Donald Trump há um agente do Serviço Secreto Americano. É um sniper – um atirador de elite treinado e com equipamento para acertar alvos a longas distâncias.
Ao Fantástico, o especialista em segurança em operações policiais, Roy Taylor, disse que sempre há um sniper posicionado atrás da pessoa cuja segurança deve ser garantida, sempre mirando a parte externa do evento.
O momento do disparo
São 18h11. Donald Trump está falando sobre imigração. Ele diz: “Você quer ver algo triste?”.
Nesse momento o sniper se movimenta como se tivesse observado algo em sua direita. E se ouvem dois tiros um após o outro. Foram 130 metros desde a AR-15 semiautomática do atirador no telhado até o alvo, Donald Trump.
Uma foto capturou o momento exato em que a bala passa por trás do ex-presidente e vai em direção à plateia (veja abaixo).
Bala passa por trás de Trump — Foto: Reprodução/TV Globo
Reação de Trump e desespero do público
Trump interrompe o discurso. Ao som do terceiro e quatro tiros ele leva a mão à orelha direita. Donald Trump se abaixa atrás do púlpito. As pessoas atrás na plateia também se abaixam. Se ouvem mais dois tiros.
Como a arma é semiautomática, para cada disparo o atirador teve que apertar no gatilho. Um agente do Serviço Secreto grita: Abaixe-se. Foram oito tiros no total. O público começa a gritar desesperado.
Ação dos agentes e morte do atirador
Os agentes do Serviço Secreto cobrem Donald Trump por todos os lados. Houve-se mais um tiro. Os agentes olham nesse momento para o lado esquerdo do palco. As vozes são capturadas pelo microfone.
"Prontos? Mexam-se!" , diz o agente.
Policiais armados entram no palco, e menos de um minuto depois do primeiro tiro, avisam:
"O atirador foi abatido. Estamos prontos para movimentar", declara o agente.
Uma imagem mostrou Thomas Matthew Crooks no telhado já sem vida.
Retirada de Trump com sangue no rosto
Às 18h13, Donald Trump é levantado com ajuda dos agentes de segurança.
A voz dele é ouvida pela primeira vez:
"Deixa eu pegar meus sapatos, deixe-me pegar meus sapatos", diz Donald Trump.
Trump parece assustado, com o botão da camisa aberto e sem boné. É possível ver sangue no rosto dele.
Os agentes secretos fazem uma barreira para protegê-lo. Uma delas levanta a mão na frente da cabeça dele. "Espere, espere, espere", diz Donald Trump. De punhos cerrados, Trump se dirige à multidão.
"Lute, lute, lute", ressalta o ex-presidente.
Nessa hora, é possível ver o fotógrafo se deslocando na frente do palco. A multidão grita o nome do país. Trump é escoltado e antes de descer as escadas faz mais um movimento com punhos cerrados. E é levado para um van cercada de policiais.
A bala que foi capturada na foto continuou até a arquibancada que ficava à esquerda de Trump. Corey Comperatore, de 50 anos, morreu na tentativa de assassinato ao candidato. Ele pulou para proteger as filhas e acabou sendo ele mesmo alvejado. Outras duas pessoas se feriram.